Poema Infância

Poema Infância

Ó anjo da loura trança,
Que esperança
Nos traz a brisa do sul!
– Correm brisas das montanhas…
Vê se apanhas
A borboleta de azul!…

Ó anjo da loura trança,
És criança,
A vida começa a rir.
– Vive e folga descansada,
Descuidada
Das tristezas do porvir.

Ó anjo da loura trança,
Não descansa
A primavera inda em flor;
Por isso aproveita a aurora
Pois agora
Tudo é riso e tudo amor.

Ó anjo da loura trança,
A dor lança
Em nossa alma agro descrer.
– Que não encontres na vida
Flor querida,
Senão contínuo prazer.

Ó anjo da loura trança,
A onda é mansa
O céu é lindo dossel;
E sobre o mar tão dormente,
Docemente
Deixa correr teu batel.

Ó anjo da loura trança,
Que esperança
Nos traz a brisa do sul!…
– Correm brisas das montanhas…
Vê se apanhas
A borboleta de azul!…

Casimiro de Abreu

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