Momentos eternizados

O gosto era de despedida. Fim de festa. No rádio a canção falava de algo parecido. Os olhos, vazios, grudados no espelho, mergulhando fundo no cinza, o cinza-vazio, o vazio da alma.

Era um vazio do tamanho da eternidade, do tamanho de Deus. Antes uma vida superficial, bem longe de todos aqueles planos, outrora tão nobres, hoje, chacota de oposição ferida. Lembra de outra canção: “era a oposição que nos atraía, eu tão socialista e você tão neoliberal”.

Desencontro. Talvez o amor seja feito de desencontro em desencontro e a nossa tarefa seja sempre nos questionar, onde a busca termina e indo remendando os pedaços apanhados do chão. Na boca, o gosto rebatido da cerveja. Ressaca. Olhos de ressaca como diria Machado, ela tinha uns olhos de ressaca.

Quem sabe ela tivesse um nome. Agora é tarde. O agora sempre é tarde. O agora é o abismo entre o um e um. O desencontro. O perder-se de si e do outro, pra sempre. Pensa nas coisas que poderia ter dito.

Agora é tarde. Sempre. Sempre é tarde, ela sempre lhe escapa entre os dedos, quando sempre estava tão perto.
O valor que damos as coisas negativas na relação é sempre maior do que o sentimento de amor, um dia ao desembarcarmos desta longa viagem que é viver no planeta terra, esse planeta escola, entenderemos melhor as coisas que vivenciamos, hoje nos resta agir e participar das aulas que a vida nos proporciona, em breve a felicidade nos alcançará, e nesta busca deixamos para trás todas as angustias e sofrimentos.

O amor é paciente, nada cobra tudo suporta o amor, é eterno!

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