Galeria da esperança

Fui convidada a entrar na Galeria Esperança.

Um anjo tão belo como um arco-íris, foi designado para nos conduzir mostrando os quadros da vida, nos corredores do mundo.

A primeira tela foi o quadro do Poder e da Vaidade, um era seguimento do outro… Em seguida vinha também em par o quadro do Egoísmo e da Miséria.

Continuamos, ele ficava cada vez mais triste ao demonstrar aqueles quadros.

O anjo com os olhos úmidos apontou-me o quadro da Fome e da Dor.

Mais adiante numa galeria só, outros quadros desfilavam ao nosso olhar: o quadro da guerra. do abandono. da violência. do ódio. da agonia. da solidão. Ah! E tantos outros mais amargos e tristes!

Olhei para o anjo e perguntei onde estava os quadros da Amizade, da Solidariedade, da Paz e da Fraternidade? Onde estava os quadros da Alegria, da Partilha, da Comunhão? Onde estava os quadros do Amor, da Caridade, onde?

Ele apontando à tela do céu e me mostrou Jesus.
Jesus estava representado numa tela, num esboço em preto e branco, sem nenhum colorido.

– Ele deixou as sementes, se elas crescessem teríamos todas as pigmentações para pintar novos quadros.

– Mas diga-me onde estão essas sementes?

– Na vontade dos homens, nas mãos dos homens e no coração dos homens, foi lá que Ele deixou, a Semente Amor!

Sai da Galeria Esperança em silêncio, triste, cabisbaixa.

Ele sorriu e disse:
– À Galeria chama-se, ESPERANÇA! Vocês podem dar forma, luz e cor a esses quadros em esboço, basta usar as mãos no labor diário, nos natais da oportunidade que à vida lhes propicia na realidade dos dias.

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