Ciranda da memória

O que é a nostalgia senão aquele sentimento que bate lá no fundo e nos faz voltar a tempos que ficaram, se não esquecidos, pelo menos guardados na nossa memória?

Daí o cérebro vai lá nos cantinhos mais profundos da nossa alma e buscam coisas simples e singelas do nosso passado para nos trazer de novo esse ar de criança feliz e arteira.

Ah! Nossos tempos de criança!…

Tempos em que éramos felizes e não sabíamos. que acreditávamos em papai Noel e tínhamos medo de mula sem cabeça. tempo da inocência quando acreditávamos poder voar. quando nos sentávamos ao lado dos “mais velhos” e com os olhos arregalados ouvíamos as estórias (ou histórias – nunca nos perguntávamos sobre a veracidade dos fatos!).

Quando sonhávamos ser princesas e que um belo príncipe encantado viria nos fazer feliz para sempre. e comíamos doce sem pensar em engordar. fabricávamos nossos próprios brinquedos com latas, madeira e muita imaginação…

Sem telefone, pouca televisão (em preto e branco!) e nenhum computador. Tempos de brincar de eu sou pobre, pobre, pobre e ainda assim se sentir feliz. de querer brincar de “Ciranda, cirandinha,” “Samba-Lelê tá doente” e “Atirei o pau no gato” nos fins da tarde numa grande roda das crianças da vizinhança como se fôssemos uma grande família… e ficávamos “de mal” de vez em quando, mas isso passava logo nos jogos de bola ou de pique esconde.

Subíamos em árvores para roubar manga e goiaba…

Menina brincava de boneca e menino de carrinho. E tínhamos nossos segredos de alta importância com nossa melhor amiga… e nosso coração já sabia bater escondido por aquele menino tímido… e os primeiros bilhetinhos com versos e corações?

E não compreendíamos por que aprender números e letras era tão importante, não nos preocupávamos com dinheiro e menos ainda com política… Nossas maiores dores eram de joelhos ralados e tombos de bicicleta…

Tempos perdidos na nossa memória e que são revividos quando encontramos um amigo de infância que nos faz lembrar que aquela criança ainda mora dentro de nós.

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