A cor da minha dor

De que adianta eu ficar aqui ressentida, Se não tenho a primazia do teu coração, Se continuo só, faminta, entristecida, Se você só faz aumentar minha solidão…

De que adianta em você eu ficar pensando, Se na hora que mais preciso, não o encontro, Porque você está sempre de mim distante, E se o espero, quase sempre me desaponto…

Do que adianta amar você, esquecida de mim, Se juntos nada podemos construir, Se não podemos ter sonhos e planos afins, E se isto eu desejar,por certo vou me ferir…

Para nós não há confraternizações e natais, Reuniões em família, dia das mães ou dos pais, Viagens com as crianças e outras coisas triviais Nunca faremos o que fazem todos os casais…

Os casais desfrutam de santa afinidade, Acertam diferenças em seus leitos conjugais, Partilham a rotina e uma calma intimidade, Nascida da convivência e da familiaridade…

Eu já te quis tanto que contentar-me-ia Em ser a outra, não matriz, mas filial E isto por si só , tão alegre me faria Pudera eu ser a tua namorada eventual
Não tenho culpa se entre tantos homens, O meu coração sem juízo, houve por bem te escolher, E te escolheu de forma tão contundente. Não ouviu os meus apelos, não quis me obedecer… Mas não há revolta em meu peito, não.

Sempre nascem flores em mim a cada desilusão. Se o lado humano chora e morre aos poucos combalido, A Alma renasce e flui em mais luminosa expressão…

Mas sabe, este nosso amor não foi em vão Os frutos de nós dois não são lindas crianças morenas Os frutos de nós dois são apenas estes modestos poemas Que aprendi a escrever pra te entregar meu coração…

E se um dia me perguntarem porque eles nasceram Terei que falar do “mentor”que foi minha riqueza E que concebi todos estes singelos versos
Exalando à alfazema, do meu pijama cor de framboesa!

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