Prisioneiro da curiosidade

– Esse tio Bob me deixa louca! Disse Joana batendo o telefone – Era Diana, e ela estava chorando. Tio Bob saiu para beber com os amigos e a companhia elétrica está ameaçando desligar a energia se Tia Grace não pagar a conta até amanhã.

Papai olhou-a por cima de seu jornal e disse,
– Sinto muito por Tio Bob e por todos eles.

– Sente muito? Joana exclamou. – Por que lamentar por ele? Tio Bob é egoísta e odioso e… e pão duro! Joana terminou em um soluço.

– Nem sempre ele foi um beberrão. – disse Papai – Nós precisamos rezar por ele. Ele é um escravo do álcool.
– Ele poderia se livrar se quisesse! Ele somente… – Joana foi interrompida pelo som de um batida na garagem – O que é isto? Ela perguntou.

– Eu não sei. É melhor irmos descobrir. Rex está lá fora. Respondi

Quando abrimos a porta, uma estranha visão encheu nossos olhos. Rex, com a cabeça enterrada em um balde de plástico, corria como um louco, batendo em tudo.

Minha mãe agarrou o assustado cachorro quando ele passou perto e o acalmou enquanto papai retirava o balde da cabeça de Rex.
– Ele deve ter enfiado o focinho no balde para cheirar algo e o balde ficou preso. Batendo a cabeça para tentar se livrar do balde só fez com que ficasse ainda mais enterrado. Disse papai.

– Pobre Rex. – Disse Joana como se Rex pudesse entender – Desta vez sua curiosidade quase lhe matou. Você poderia ter se sufocado.

Papai olhou para Joana e disse,
– E se nós apenas lhe déssemos uma bronca e disséssemos a ele o quão tolo ele era… Isso o teria o ajudado? Perguntou.

Joana fechou a cara e respondeu,
– Claro que não.

– Repreensões não ajudam ao Tio Bob como também não teria ajudado ao Rex, – Papai falou calmamente – Acredito que a curiosidade o levou a começar a beber, e agora ele está preso em uma armadilha muito poderosa e não consegue libertar-se. Nós precisamos ajudar sua família e a ele também.

E minha mãe completou,
– Não odeie Tio Bob, Joana. Ele precisa de seu amor e compaixão. E de nossa ajuda e oração.

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