O sonho de Martin

Martin era uma criança observadora que amava a liberdade.

Ele podia suportar broncas, mas as reações de desprezo causavam-lhe grande impacto emocional.
Infelizmente, elas foram muito constantes nos principais capítulos de sua vida.
A sua pele era negra e ele não entendia como isso poderia justificar a discriminação que sofria pelas pessoas que tinham a pele branca.

Para ele, brancos e negros, tinham os mesmos sentimentos, a mesma capacidade de pensar, a mesma necessidade de ter amigos e de amar.

Quando repousava sua cabeça no travesseiro, o jovem Martin viajava no mundo de suas ideias e se questionava:

“Por que os negros não podem frequentar as mesmas escolas, os mesmos clubes, os mesmos bancos das igrejas, o mesmo transporte público que os brancos?
Por que não posso ter amigos brancos?
Não somos todos seres humanos?”

Ele conheceu de perto a dor indecifrável da humilhação.
Sofria pela discriminação de que era vítima todo o seu povo.
Resolveu fazer teologia a fim de navegar pelo mundo espiritual e encontrar respostas para o injusto mundo social onde estava inserido.

Penetrou no sonho de Deus que nunca fez discriminação de pessoas, nunca distinguiu nobres de miseráveis, reis de súditos, lúcidos de loucos.

Foi contagiado pelo sonho dos direitos humanos e do respeito pela vida.
Nessa trajetória conheceu a história do mestre dos mestres.

A humanidade de Jesus Cristo influenciou a humanidade do jovem Martin.

Viu nele o modelo mais excelente de alguém que combatia toda a forma de discriminação.
Ao ler sobre Jesus, Martin ficava impressionado com a sua coragem de correr riscos para proteger as pessoas segregadas de seu tempo.
Os sonhos do mestre Jesus colocaram combustível nos sonhos de Martin.

Mais tarde, resolveu fazer uma incursão pela filosofia e aprendeu a não calar a sua voz. Tinha uma carreira promissora. Poderia ter seguido seu próprio caminho e seus próprios interesses. No entanto, preferiu dar seu tempo e sua inteligência para alterar a história dos outros.
Queria contribuir para o bem da humanidade. Tinha pouco mais de vinte e cinco anos, mas era arrojado, culto e determinado.

Sonhava em mostrar aos desprezados que eles não deveriam se envergonhar de si mesmos, que nada é mais digno do que um ser humano. Posteriormente participou ativamente do movimento em prol dos direitos civis.
O clima era tenso e ele sabia que poderia perder a vida a qualquer momento. Mas não conseguia silenciar seus sonhos.
Tornou-se um grande líder.

Sua casa sofreu atentados à bomba, mas isso não o silenciou.
Sofreu um atentado na noite de autógrafos de seu livro “A caminho da liberdade”.
Sobreviveu, recuperou-se e continuou seu trabalho.
Foi preso diversas vezes, mas nada parecia abalar aquele sonhador.
Sua voz contagiava corações e, por isso, recebeu o prêmio Nobel da paz.

E, em 04 de setembro de 1968, em Memphis, foi morto por um atirador.
Martin Luther King morreu pelos seus sonhos, os quais não morreram com ele.

Vivem, ainda, e viverão para sempre, no coração daqueles que se deixam tocar pela sua história e mensagem de vida.

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