Ressurreição

É madrugada, há um silêncio no ar. Por um instante, o soluço parou, a tristeza dormiu e o pranto cessou!
Na barra do novo dia, brilha sorridente o sol da alegria. O ventre da terra contraiu-se, a natureza gemeu em santo parto. Reuniram-se todos os átomos da força energética da vida…
O Pai é o parteiro presente, anjos e mulheres o auxiliam. Os guardas, homens armados, cochilam frágeis e inofensivos. Poderosos: sacerdotes, Herodes, Pilatos… Com o remorso do crime no estômago, sofrem pesadelos.
O túmulo rompeu-se e a pedra rolou! Eis que de pé, vitorioso renasce Jesus!
Do infinito parto da Natureza e do Céu, ressurge livre, vencedor o Filho Amado. Ontem matado e enterrado. Termina, enfim, a teimosia cansativa entre o homem e seu criador.
Alguns lençóis, placentas inúteis, restos da morte que agoniza faixas manchadas do pecado vencido. Voam pelo ar, no chão em festa, feito jardim por onde passeia sorridente o jardineiro imortal.
Tudo é surpresa e espanto, tudo é certeza e encanto. Os convidados e seguidores cantam alvíssaras. Maria, a mulher símbolo, suspira aliviada e segura uma lágrima feliz terá corrido rápida fazendo ponto final, no seu papel genial.
Por ela somos benditos também, quem não diria amém? Enquanto os filhos da morte, envergonhados, insistem em combater de boca em boca, de casa em casa, de nação em nação, corre veloz a notícia feliz: “Jesus ressuscitou!”
Quem crê, saia depressa, correndo atrás de Madalena, de Pedro, de João… A vitória será sempre da vida! E cada esforço, cada luta, cada gota de sangue derramado pela justiça não terá sido em vão…
A última palavra será: ressurreição!

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