De aniversário?

– Pai, o que eu posso lhe dar de aniversário? Ele perguntou.
– Ummmm. Respondi. É engraçado. Isso é a mesma coisa que eu quis no ano passado. Minhas crianças sempre me perguntam o que quero ganhar de presente de aniversário e eu sei que eles esperam por respostas como meias, gravatas, um novo disco, um livro… e por aí vai.

Querem respostas práticas. Então posso dizer que quero uma gravata, eu ganho uma gravata e fico surpreso. Pronto. Ele está ali, me olhando, esperando pela minha resposta para que possa me dar o que há de mais importante em minha vida. Mas, na verdade, as coisas que quero não podem ser encontradas em uma loja. Algumas são totalmente impossíveis. Outras só Deus pode me dar. E ainda, são tão simples que acharia ridículo e minha resposta não ajudaria.

O que eu gostaria de responder: quero segurá-lo em meus braços como a um bebê uma vez mais. Quero beijar sua testa e sentir a batida de seu coração contra o meu peito. Quero correr e brincar no parque com você. Quero ouvir sua mãe dizer “eu te perdôo Bob”.

Quero que as pessoas parem de brigar. Quero que as pessoas vejam nossas diferenças como atributos e não como razões para invejar ou odiar. Quero que meus amigos e suas famílias tenham paz em seus corações. Quero tocar o mundo com minhas histórias. Quero que minha esposa Marianne esteja saudável e feliz outra vez.

Quero mais um dia com Margarida, nossa velha cachorrinha.
Quero correr com ela, segurar seu rosto em minhas mãos enquanto a beijo no focinho.

Quero uma garantia de que todos que conheço viverão uma vida plena e cheia de amor.
Quero que todos os que leem minhas histórias acreditem em si mesmos e vejam que a alegria da vida está nos detalhes.

Quero mais tempo com minhas crianças e quero saber que elas querem estar comigo.

Quero viver o tempo suficiente para ver meus filhos terem suas próprias crianças.
Quero os soldados de todos países voltando para casa em paz.

Quero…

– Pai, você me ouviu? O que posso lhe dar de aniversário?
– Ummmm. Uma gravata seria legal. Eu sempre posso usar uma nova gravata. Eu disse.

Sem saber que já me presenteava, ele me abraçou. Eu o agarrei um pouco mais e cochichei
– Quero que minhas crianças me amem, isso é o que eu quero.
– Elas amam, Papai!

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