Soneto de Amor

O amor e fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
É um não querer, mas que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É nunca se contentar entre contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar perto por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor.
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode ser seu favor,
Nos corações humana amizade,
Se tão contrario a si é o mesmo amor?

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